Poço
sento-me aqui a ver-te de fora
sinto-me aqui a morrer agora
faz frio nas minhas mãos e eu sei
jaz algo neste coração com que não contei
aqui de fora é tudo mais fácil
aí entro neste mesmo mundo
e sinto-me aí tão frágil
porque sei ser neste vazio sem fundo
aquele onde me quero perder
apenas para me encontrar
pois que mais razões tenho para fugir
senão a de sonhar
com a alegria que terei ao me reunir
nós somos um sonho
com o qual não estava a contar
e enquanto descubro a diferença
entre este mundo e o outro, tento entrar
sou parado á porta
aparentemente houve um desvio
o passado apareceu e tu perdeste-te
fico aqui então e espero por luvas para as minhas mãos
aqui é bom e sozinho sou quem mais negro é
falas de ti com nomes e predicados
mas nada mais me podes contar
do que aquilo que tens para me mostrar...
pois diz-me que maior razão queres para algo que está a começar
senão a do que o seu fim se está apenas a iniciar...
se apenas vivemos para o fim
porquê tanta obsessão com o inicio
1 Comments:
que maior medo senão o do desconhecido...
podes não olhar para trás...mas estás permanentemente a viver o passado
só que o negas...
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