Friday, May 19, 2006

Uma brisa passou...



Perdi-te. Ouço-te agora, aqui á minha frente, e a paciência esgota-se. Já se esgotou.
As palavras passam e a vontade é pegar no tempo pelos colarinhos, assim bem forte, e lançá-lo, para te afastar. Quero-te atirar longe.
Não fazes mais sentido. Compreendo-te. Ao medo de ser amada, atiraste o medo da solidão, e dos dois o mais forte foi o mais fraco.
A solidão faz-te deixar ir, e encontraste mais maneiras de te desiludir. E não posso mais. Queres assim...deixo-te ir então.
Antes quase podíamos perdermo-nos nas palavras de uma imensidão rouca apenas pelo contemplar do nosso rio, a passar por nós na sua calma e sabedoria. A imensidão dos sonhos que íamos viver vivia pelos nossos olhos, e passeávamos pelo mundo de cada um. Quase nos confundíamos no fim do dia. E os nossos sonhos iam-se misturando aos pouquinhos.
Agora, a normalidade ataca-te e corrói-te...e...és igual aos outros. Ao fugir do teu medo de te magoares, pintaste uma felicidade cor-de-rosa que me apetece rasgar. Coleccionas caras onde te escondes do vazio que te corre por dentro. E se um dia podias amar, agora contentas-te com uma leve brisa, que alguém te trouxe, sobre o que podia ser...
Já não conseguimos ver os contornos do nada juntos. ...

Saturday, May 13, 2006

um pequena estória sem qualquer sentido


porque gosto da luz e de ti


porque há desafios que parecem não mais acabar e aos quais não vemos fim


porque gosto de apanhar a vida assim de ladinho também

porque lá ao fundinho há sempre algo que ainda não descobrimos


porque há sempre alguém sozinho