Wednesday, March 01, 2006

(re)lembrei-me


o meu corpo não se esquece
pequenos flocos de vida que vão ficando colados
corzinhas animadas que nos fazem atravessar janelas
sem medo mas com respeito de cair
queremo-nos levantar
a vontade é cantar
sair terrinha fora, sentar num luar esquisito
tal que começa a andar
ganha vontade e sai por aí
magoando cabeças que saltaram do lugar
mas permanecem enfeitando
fazer de conta que o sol está por aí
sem que para ele por uma vez parem
sentem e contemplem a onda verde que se estende
o azul flutuante que pulula ululante
mais não fosse este pedacinho de gente
tudo nascido de uma estrelinha cintilante
razão mais que suficiente
para continuar a pensar
que uma rima por rima
de vez em quando
não faz mal...